segunda-feira, 29 de junho de 2009

Zona Ribeirinha


Santa Iria da Ribeira de Santaré
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A freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém tem uma área de 14,488 e fica situada no extremo oriental do concelho de Santarém, integrando o seu Centro Histórico.A freguesia deve o seu nome ao facto de estar situada junto ao Rio Tejo (Ribeira de Santarém), sendo que a evocação do nome Santa Iria impôs-se à medida que o nome antigo de "Scallabis" foi desaparecendo, ficando assim "Shantarim", Santa Iria da Ribeira de Santarém.A freguesia resulta da fusão dos seus principais bairros medievais, Seserigo, palhais e Bairro do Conde. A actual Santa Iria da Ribeira de Santarém é formada pelas antigas paróquias de Santiago, Santa Cruz e São Mateus.


Esta freguesia expandiu-se, entre os séculos XII e XIV, devido à importância comercial e artesanal que assumia na altura, importância esta derivada sobretudo da sua proximidade ao Rio Tejo, de que podia usufruir, quer em termos de actividades marítimas e fluviais, quer também por se situar junto a uma das principais vias terrestres direccionadas para o Norte do país. No século XVIII, continuava a ser uma vila importante, embora mais virada para as actividades manufactureiras e mercantis. O maior crescimento que Santa Iria da Ribeira de Santarém conheceu, ocorreu no século XIX, com o registo de grande crescimento da população da cidade, o que levou algumas pessoas a procurarem esta freguesia para residirem.

Com a chegada dos caminhos-de-ferro a Santarém, em 1861, a Ribeira acelera a perda da sua importância estratégica e económica, constituindo hoje um conjunto urbano de grande dignidade, coroado pela Praça Oliveira Marreca, espaço cuja reabilitação se impõe.Dando continuidade a este núcleo ribeirinho, a comunidade piscatória do Alfange (antigo Alfanxe) alarga a zona Ribeirinha, permitindo a ligação fluvial com as Caneiras, local apetecível pela excelente gastronomia tradicional e pela oportunidade de conhecer o que ainda subsiste das características habitações da antiga aldeia palafita, com as suas cores garridas e a articulação com o movimento das águas tejanas. Mais recentemente, tem-se vindo a assistir ao desenvolvimento do Projecto Al-Margem, cujo objectivo prioritário é devolver a Santarém um espaço de lazer, turismo e cultura, que reaproxime também a população do Planalto ao Rio, designadamente através da intervenção nos núcleos da Ribeira de Santarém e Alfange.

A regionalização e o distrito de Santarém



A regionalização interessa especialmente ao distrito de Santarém. Após a derrota no referendo de 1998, o distrito de Santarém acabou por ser desagregado, com a Lezíria atirada para a CCDR-Alentejo e o Médio Tejo para a CCDR-Centro.

O secretário de Estado da Presidência, Jorge Lacão, sublinha "a preocupação do Governo com a problemática especial do distrito de Santarém". Devido à decisão do governo anterior, "o distrito ficou agregado a duas unidades territoriais contraditórias" - a Lezíria na CCDR-Alentejo e o Médio Tejo na CCDR-Centro. Segundo Jorge Lacão, "este Governo identificou esta organização apenas para efeitos de fundos comunitários do QREN, mantendo para os demais aspectos a coesão territorial dos serviços e organismos públicos a unidade na NUT II da CCDR-LVT". Com o actual Governo, a estrutura dos organismos e serviços públicos tem vindo a ser paulatinamente reorganizada em torno das cinco regiões.

O objectivo do anterior Governo com esta medida era o de garantir mais fundos comunitários do QREN para a região, mas a realidade mostra que à perda de coerência regional soma-se agora o problema da Lezíria e o Médio Tejo estarem a ser claramente prejudicados na aprovação dos projectos quer das autarquias quer das empresas.

Ver: Regionalização

Ver: Oito mil subscreveram a petição
Regionalização volta a ser tema de debate na próxima legislatura

Simbolos da cidade

Vale a pena ver:

O Jardim das Portas do Sol, construído no local de um antigo castelo mourisco e com os seus jardins rodeados pelas velhas muralhas medievais da cidade, a vista sobre o rio Tejo e sobre a vasta lezíria poderia muito bem constituir um emblema desta agradável capital distrital do Ribatejo.
Outro símbolo da cidade são os campinos, com as suas roupas típicas e coloridas que se reunem aqui na FNA (feira nacional da Agricultura) em Santarém no CNEMA em especial, durante a temporada das touradas ou em Junho, quando Santarém recebe a maior feira agrícola do país.
Neste mesmo terreno da conhecida feira existem restaurantes durante onde, algumas das especialidades gastronómicas do Ribatejo, região famosa pela criação de touros e cavalos.A cidade tem razão para se orgulhar do seu passado: um importante centro durante a ocupação dos romanos, foi eleita como praça-forte pelos mouros e, mais tarde, foi escolhida pelos reis de Portugal para muitas reuniões das Cortes.
Na parte velha da cidade (Centro Histórico) pode visitar-se a Igreja do Seminário, de estilo barroco e construída em 1640, com um tecto de madeira pintado e decorações de mármore e ouro; ou a Igreja da Graça, do século XIV e com uma maravilhosa janela esculpida de uma única peça, que contém a pedra tumular de Pedro Álvares Cabral, o navegador que descobriu o Brasil.

O Museu Arqueológico São João de Alporão, é bastante interessante, com muitas peças dos períodos romano e mourisco e com o túmulo, elaboradamente esculpido, de Duarte de Meneses, um heróico governador de Portugal em Marrocos, que se diz conter o que pôde ser salvo após a sua morte violenta às mãos dos árabes: um único dente.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Breve história de Santarém.

Com as invasões dos chamados povos «bárbaros», é conquistada pêlos Alanos e Vândalos, tomando o nome de Escálabis. Também os Suevos foram senhores de Santarém, a quem chamavam Calabicastro, designação que se mantém quando, no século VII, aqui se fixam os Visigodos. Após o martírio de Santa Iria, ou Irene, que terá ocorrido no segundo quartel do século VII, já então cristianizados os Visigodos, o local toma o nome de Sancta Irena ou Sancta Herena. Os Mouros tomaram o Castelo de Sancta Irena, em 715, e logo lhe mudaram o nome para Chantarin, ou Chantirein, ou ainda Xantarin. D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, conquistou Santarém aos mouros — pedra angular da nossa reconquista — no dia 15 de Março de 1147, cumprindo, desta forma, o objectivo prioritário de fixar a fronteira da reconquista na linha do Tejo.A fundação da cidade de Santarém reporta à mitologia greco-romana e cristã, reconhecendo-se nos nomes de Habis e de Irene, as suas origens míticas. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao século VIII a.C.. A população do povoado teria colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a. C. e a designaram como Scallabis. Durante este período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia. Nos quatro séculos de ocupação islâmica que se -feguiram, a urbe viu renascer o seu papel estratégico-militar, mas, também, cultural e artístico, tendo aqui vivido alguns dos mais importantes poetas e trovadores do mundo árabe. O Rei Afonso VI de Leão concedeu-lhe o seu primeiro foral em 1095. Reconquistada, em 1147, por D. Afonso Henriques, este concedeu-lhe novo foral em 1179.Durante os séculos XIV e XV o ambiente palaciano que aqui se vivia emprestou-lhe uma notoriedade cultural relevante, nela se concentrando importantes trovadores e jograis, alguns naturais de Santarém. O Terramoto de 1755 destruiu grande parte do património mais notável da Vila, em particular igrejas e conventos. No contexto das Invasões Francesas e da Guerra Peninsular, mais uma vez, Santarém assumiu um papel estratégico-militar fundamental, mas viu grande parte do seu património mais significativo ser destruído e saqueado pelo vandalismo dos ocupantes. À semelhança de outras cidades amuralhadas, o Centro Histórico de Santarém é constituído por uma teia de ruas estreitas e sinuosas. Ruas que apresentam linhas e cores inesperadas, becos, arcos, calçadas e escadinhas que se adaptam ao ondulado do planalto e da encosta. Percorrendo a cidade, pórticos e rosáceas, arcarias e frestas, elementos decorativos de traço ogival, janelas manuelinas, cunhais da renascença, escudetes afonsinos, torres e cúpulas, revelam-nos um núcleo urbano em que o civil e o religioso convivem e se entrelaçam. Os inúmeros e valiosos exemplares da arte gótica conferiram-lhe o epíteto de “Capital do Gótico”. Aqui, jamais o arqueólogo, historiador, artista ou simples passante, deixará de se sentir arrebatado. Nesta "Acrópole Ribatejana", a Porta do Sol, com o seu jardim e miradouro, é ex-libris. Para Sul ficam o Tejo e os campos férteis da Lezíria, marcada por extensos vinhedos em traços de geometria aperfeiçoada, enquanto para Norte, já no Bairro, são os olivais que preenchem a paisagem. Olivais que bordam, na Azóia de Baixo, a casa bem preservada onde viveu o historiador e romancista Alexandre Herculano, aqui conhecido como "O Azeiteiro". Continuando a subir, até aos limites do concelho, depara-se-nos o manto florestal, prenúncio da paisagem carsa. É o domínio dos grandes maciços calcários do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, dos algares, das grutas e dos pequenos recantos que deslumbram quem por aqui se aventura.

Mem Ramires e a Conquista de Santarém

Lenda da Fundação do Mosteiro de Alcobaça.

Lenda da Fundação do Mosteiro de Alcobaça


Em 1147, a moura renegada Zuleiman apresentou-se nos paços de Coimbra na presença de D. Pedro Afonso, irmão do primeiro rei de Portugal, surpreendendo o infante com a revelação que aquela seria a melhor altura para conquistar Santarém. Zuleiman despeitada por ter sido abandonada por Muhamed, o alcaide de Santarém, queria vingar-se dando aos cristãos as informações que tinha sobre a defesa do castelo. Entretanto, D. Afonso Henriques já tinha enviado o seu cavaleiro Mem Ramires a Santarém para estudar o inimigo e a astúcia e a cautela do cavaleiro foram fulcrais para a decisão do ataque. Conta a lenda que foi na serra dos Albardos que o primeiro rei de Portugal fez a promessa de construir um mosteiro se Deus lhe desse a vitória. Mem Ramires segurou a escada contra as muralhas por onde entraram os soldados e Santarém amanheceu cristã. O mosteiro de Alcobaça foi construído em cumprimento de um voto do primeiro rei de Portugal, sendo juntamente com a Batalha e os Jerónimos uma das jóias mais preciosas do património arquitectónico português.

Lenda da Fonte da Moura

A muito antiga Fonte da Moura que ainda hoje existe nos arredores de Santarém tem na origem a história da perseguição dos Mouros por D. Afonso Henriques, após a conquista da cidade. Um grupo de cavaleiros, liderado pelo jovem rei, seguia já há dias pelos campos quando, cheios de sede, procuraram uma fonte. Foi então que surpreenderam uma jovem moura fugitiva que ao ser questionada onde ficaria a fonte mais próxima lhes disse que era muito longe, acrescentando em tom de desafio que se o Deus dos cristãos era tão poderoso que fizesse nascer ali mesmo uma fonte. Talvez então ela se convertesse. D. Afonso Henriques desceu do cavalo e retirou-se para rezar e, de repente, ouviu-se um som surdo e viu-se um jacto de água límpida e fresca que formou um pequeno regato. Os cavaleiros ajoelharam-se perante o milagre e a jovem moura, que chorava de emoção, prometeu dedicar a sua vida ao Deus cristão. A fonte ficou para sempre conhecida como a Fonte da Moura.
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Jardim Ribeira de Santarém

A freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém tem sede na Cidade de Santarém.O nome da Ribeira adveio do facto de estar situado junto do Rio Tejo.
A freguesia resultou da fusão dos seus principais bairros medievais, como Sesarigo, Palhais e Bairro do Conde.
O Bairro da Ribeira desenvolveu-se junto do local onde desagua a Ribeira de Runes, na margem direita do Tejo. Este bairro de "assalariados e mesteirais" encontrava-se dividido em 3 paróquias: Santiago (1157), Santa Cruz (século XIII) e Santa Iria.
Estas 3 freguesias, juntamente com a freguesia de S. Mateus (século XIII), originaram a actual freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém.
Crê-se que o culto a Santa Iria ou Santa Irene, terá determinado o actual topónimo de Santarém (Santa Irene – Santa Helena – Santarém).