quarta-feira, 22 de julho de 2009

Estrutura Etária

A nível da estrutura etária verificam-se algumas transformações na sua composição, decorrentes sobretudo da quebra da natalidade. Este fenómeno traduz-se na diminuição da população em idade activa e no aumento do número de idosos.
A configuração da pirâmide etária, com o progressivo estreitamento da base e alargamento do topo, demonstra o envelhecimento da população do Concelho.


Evolução demográfica da população.
População do concelho de Santarém (1801 – 2004)

1801 - 37304
1849 - 15425
1900 - 41994
1930 - 54701
1960 - 63777
1981 - 62896
1991 - 62621
2001 - 63563
2004 - 64124


Embora se verifique a tendência geral para o envelhecimento, a população da cidade é incontestavelmente mais jovem.
Segundo as projecções para o ano 2010, em Santarém 1/4 da população terá mais de 65 anos.

Transformações Recentes

Com uma área de 560 Km2 e uma população de 63.563 habitantes, o concelho de Santarém é o terceiro maior em área dos onze que constituem a Lezíria do Tejo e o mais populoso, albergando também a maior cidade da sub-região.

Durante a última década os quantitativos populacionais não registaram grandes alterações. Ainda assim, esta estabilização esconde consideráveis diferenciações internas. De facto, as quatro freguesias urbanas (Marvila, S.Nicolau e S.Salvador) beneficiaram de um acréscimo populacional de 10%, contrariamente às restantes 24 freguesias que, como um todo, registaram um decréscimo de 4%. A cartografia da variação populacional entre 1991 e 2001 permite confirmar estas conclusões, na medida em que as freguesias urbanas de S.Nicolau e S.Salvador foram as que registaram maiores acréscimos populacionais, enquanto a maioria das freguesias rurais e a Ribeira de Santarém foram as que registaram maiores quebras. A análise da densidade populacional permite reforçar os contrastes entre as três freguesias urbanas do planalto e a maioria das restantes freguesias do concelho que apresentam menores densidades de ocupação do território. Um dos fenómenos demográficos mais marcantes da sociedade portuguesa - a quebra dos índices de fecundidade - afectou com particular incidência o concelho de Santarém, gerando alterações significativas na sua estrutura etária. Com efeito, reforçou-se a tendência, já anteriormente esboçada, para o envelhecimento da população (o índice de envelhecimento concelhio é de 146%, valor superior à média nacional).

Ver mais em: Young Reporters > Concelho de Santarém

O Emprego por Sectores de Actividade Económica

Com uma população de 62 621 habitantes, o Concelho de Santarém tem uma população activa de 26 298 habitantes no ano de 1991, o que corresponde a uma taxa geral de actividade de 42%.
A estrutura do emprego, segundo o sector de actividade no Concelho de Santarém, evoluiu (nos anos de 1960 até ao ano de 1991) no sentido duma diminuição acentuada de activos no sector primário passaram de 50% da população total para apenas 10% em 1991, enquanto que os activos no sector secundário aumentaram de 22% em 1960 para 32% em 1991 e no sector terciário aumentaram de 28% em 1960 para 58% em 1991.
Estes últimos anos o desemprego tem vindo a subir, vivemos numa actual crise e Portugal tem que cumprir os protocolos assinados com a União Europeia, protocolo que impõe uma produção limitada, tanto na pesca como na agricultura. Infelizmente estes últimos anos Portugal não criaram condições por falta de meios, os mesmos que limitam a sua produção agrícola e da pesca.
Santarém diminuiu muito a sua produção agrícola diminuindo assim a oportunidade de emprego neste sector.
Uma grande parte das grandes médias e pequenas empresas fecharam, as auto estradas e vias rápidas trouxeram grandes superfícies comerciais que deram novas oportunidades aos residentes de trabalharem, mas em contra partida aproximou os escalabitanos de Lisboa, o que faz com que os fins de semana as pessoas procurem outras alternativas para passarem o seu tempo.
O chamado comércio tradicional, têm vindo a perder terreno porque as grandes superficies desenvolveram produtos e serviços ao melhor preço, e o comércio tradicional não acompanhou a evolução dos tempos.
Outro comércio que tem vindo a aumentar é as feiras quinzenais, é uma forma de sustento alternativo que permite as pessoas terem um negócio com pouco investimento e fácil de fugir ao controle das finanças.

Feira da Agricultura e a da Gastronomia


As feiras e festas trazem muita gente a Santarém, algumas destas feiras são conhecidas internacionalmente como a da Agricultura e a da Gastronomia.
As feiras são actividades que fazem parte da economia da região.
A feira da agricultura ou feira do Ribatejo, começa no inicio de Junho e prolonga-se por 10 dias.Em santarém no (CNEMA),podemos encontrar a feira do gado que se realiza todos os sábados das 4 às 12 horas.No campo Emílio Infante da Câmara, realiza-se todos os segundos e quartos domingos de cada mês, a Feira Quinzenal onde se vendem produtos agricolas, vestuários e utensilios diversos.
A primavera é marcada pela Feira do Milagre, que se realiza nas segundas e terceiras semanas de Outubro.
A feira da Agricultura é o ponto mais alto dos certames realizados no CNEMA. É o evento que mais atrai visitantes em Santarém, durante os oito primeiros dias de junho. Nesta feira podemos apreciar comidas típicas, artesanato e Ranchos Folclóricos entre outros espetáculos.
A Feira das Velharias realiza-se no quarto sábado de cada mês no Largo Padre Chiquito, em pleno Centro Histórico.E também temos o Mercado Municipal, contruido em 1928-1930, onde pode-se apreciar bélissimos painés de azulejos alusivos ao património local e regional e pode-se adquirir diversos produtos horticulas e outros.

Festas

Dia 19 de Março se iniciam as Festas Populares. Assim, neste dia, comemora-se o dia de São José em articulação com o dia 15 de Março, data da reconquista cristã de Santarém, por Afonso Henriques.
No 1º Domingo após a Páscoa celebra-se a Festa do Santíssimo Milagre, com missa solene, e procissão pelas ruas da cidade.
Na comemoração do dia 25 de Abril, as ruas da cidade animam-se geralmente com desportos, desfiles de Ranchos Folclóricos e bandas do Conselho.
De 2 a 10 de Junho celebra-se a festa do touro, ou seja a Festa Brava, em que não faltam as tão apreciadas touradas.
De 5 a 9 de Agosto tem lugar as Festas de Santa Iria em honra a nossa Senhora da Saúde, na Ribeira de Santarém.

Festivais

O festival da Gastronomia, que se realiza na Casa do Campino, geralmente realizado no principio de Outono. Aí pode-se provar provar a gastronomia variada de todo o nosso país, incluindo a doçaria tradicional. O artesanato é também de grande variedade.
Já conceituado é o Festival Internacional de Música de Santarém, que é constituído pela Orquestra de Câmara de Pedro Alvares Cabral.
Em Setembro, durante a primeira semana de Setembro, realiza-se o Festival Internacional Celestino Graça, que se apresenta no CNEMA. No mesmo âmbito se realiza também o Festival Internacional do Teatro Juvenil (FiTj) e a Bienal de Palhaços.
No 1º fim de semana de Outubro, no CNEMA realiza-se a Lusoflora, uma rara feira internacional dedicada ao comércio de flores e plantas ornamentais. Para animar a festa cé promovido concursos de arranjos florais.

Artesanato


Predominam os seguintes tipos:

Têxtil: rendas, bordados e mantas de trapos.

Cestaria: Cestas coloridas em junco e vime.

Trabalhos em bunho: executam trabalhos em bunho, empalhamento de cadeiras, bancos e na confecção de mobiliário.
Obs. O bunho é originário das margens do Rio Tejo e é apanhado verde e seco, e depois é molhado para poder trabalha-lo.

Madeira: peças diversas e torneados e mobiliário.

Artigos de pele: arreios, botas de montar, carteiras, coletes, cintos e outros produtos, na sua maioria associado a arte equestre, actividade característica da região.

Outros produtos artesanais: cerâmica, azulejos pintados a mão e latoaria. Uma parte do artesanato produzido fica exposta nos tradicionais eventos realizados no Campo Emílio Infante da Câmara, no posto de turismo e em algumas casas de cultura de Santarém.

O artesanato local é uma memória das actividades do passado, como também uma expressão do povo e do património popular.

Gastronomia

A Gastronomia em Santarém é muito diversificada.
Açorda de Sável ou Saboga, Fataça na Telha, sopa de peixe do, são alguns pratos confeccionados à base de peixe do Rio Tejo, o qual marca a paisagem, o costume e actividades dos Ribatejanos.Bacalhau com magusto e Massa a Barrão são outros pratos cozinhados tradicionalmente.No que diz respeito as carnes, o boi ou o novilho são utilizados para confeccionar espectadas em pau de loureiro. A carne de porco também tem um lugar privilegiado em todas as mesas, assim como o entrecosto com arroz de feijão, e os molhinhos, que são outros dos pratos mais apreciados.

Nos dias de festa, o guisado de borrego é um dos pratos principais. Outros petiscos apreciados são o pica-pau e os molhinhos de carneiro. Para acompanhar estes pratos, o vinho do Ribatejo é o mais recomendado.

Na Doçaria temos:
Arrepiados do Convento de Almoster, Celestes do Convento de Sta Clara e Queijinhos do Céu do Convento das Donas, todos à base de amêndoas, açúcar e ovos, são doces de origem conventual, que fazem parte da doçaria tradicional.O Pampilho é outro doce da pastelaria local que é uma homenagem ao campino e representa a longa vara utilizada para conduzir o gado.Nas pastelarias de Santarém, os arrepiados, celestes e panpilhos são dos doces de maior consumo.

Santarém entretenimento e oferta cultural

Santarém entretenimento e oferta cultural
Há desde a caça em zonas livres e campo aberto ou através de associações cinegéticas, à pesca desportiva realizada no Rio Tejo ou nas zonas envolventes , como a Barragem dos Patudos em Alpiaça, desde que se tire uma licensa para o efeito. Também as gandarias, onde se pode passear a cavalo, passear no campo e ver a criaçao de cavalos e touros de lide.
Para tal aconselha-se uma visita ao clube hípico de Santarém e a estação Zootécnica Nacional, também ela localizada em Santarém.
Por outro lado, o voo de ultra-leve, paraquedismo, através do Para Clube de Santarém e o balonismo, surgem para as necessidades dos adeptos mais radicais. São actividades organizadas por empresas especializadas.
No âmbito cultural, Santarém assume-se como um ponto central de importantes roteiros gastronómicos e mesmo religiosos, nomeadamente ao que diz respeito a rota do vinho e os seus 4 circuitos que podem ser consultado no posto de turismo da cidade. Pode-se visitar também os restaurantes típicos locais, que podem oferecer todo um conjunto de iguarias da tradicional comida ribatejana e , em, especial da cidade, como a sopa da fataça, o magusto e o bacalhau assado, os molhinhos de carneiro com grão ou na doçaria, os tradicionais celestes e arrepiados.
Em relação aos roteiros religiosos, é importante fazer referência a Igreja do Santíssimo Milagre, é um dos pólos mais importante da atracção turístico cultural.
Santarém também é sinónimo de festa brava e conta com a maior praça de touros da região, com capacidade para 13.159 lugares, onde esporadicamente se realizam corridas de touros, garraiadas e outras actividades de animação.
Ainda temos a Feira do Ribatejo, a Expo Caça, Festival Internacional do Folclore, a Lusoflora, a Avisan (dedicada aos animais de companhia, com especial incidência as aves), esses e outros eventos acontecem no CNEMA, no planalto acontece o Festival da Gastronomia, e reúnem vários ranchos folclóricos da região para mostra de danças e valores culturais distintos.
A Câmara de Santarém e a cultura procuram interagir junto de associações, procuram dessa forma fomentar os valores culturais e dá-los a conhecer através das danças, cantos e artesanato. A Câmara e as juntas de freguesia procuram ajudar aqueles que não querem que as tradições se percam suportando parte das despesas e fornecendo transportes de maneira a incentivar os mais jovens.
Além do artesanato típico como bandarilhas, há a Orquestra Típica Scalabitana que mantém as tradições musicais e populares da cidade.
Num contexto urbano, Santarém ainda tém para oferecer aos visitantes: cinemas, teatros nomeadamente o Sá da Bandeira, galerias de arte, bibliotecas. Nos grupos teatrais de Santarém podemos encontrar o grupo Veto Teatro Oficina, O Centro Dramático Bernardo Santareno, o Teatrinho de Santarém, Cena Aberta-Companhia teatral de Santarém.

No Centro da cidade encontra-se o W Shopping (centro comercial) com 6 salas de cinema.

Como galeria de arte, tem a galeria Respública e o Fórum Mário Viegas com exposições regulares, contando com a participação de artistas nacionais e estrangeiros.

No auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ), no auditório da Casa do Brasil e no Centro Nacional de exposição (CNEMA) realizam-se ainda frequentemente diversas palestras e colóquios de assuntos variados.

No campo musical, tem a Orquestra Típica Scalabitana, a Banda dos Bombeiros de Santarém, o Grupo Chantirene de Santarém - Música Popular Portuguesa e, ainda, a Escola de Música de Santarém que realiza audiçoes com frequência, dos seus alunos no Teatro Sá da Bandeira e ainda vários Ranchos Folclóricos que envolve cantos e danças.

Região de Turismo do Ribatejo

Região de Turismo do Ribatejo

Está sediada na Casa do Campino, no Campo Emílio Infante da
Câmara. A Região de Turismo do Ribatejo, estão integrados vários concelhos como:

- Abrantes, Alcanena, Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente,Cartaxo, Chamusca, Constância, Coruche, Golegâ, Salvaterra de Magos, Santarém e Vila Nova da Barquinha – Uma certa unidade geográfica que a torna diferençável na área e no ordenamento territorial do resto do país.

A sua estrutura é composta por um órgão Executivo e um órgão Deliberativo. A sua vocação turística cobre,simultaneamente, a divulgação das vertentes regionalistas complementares do património natural, monumental e edificado, em geral.

Assim a sua oferta turística espraia-se pelos domínios da natureza, Festa Brava, Turismo Cultural, Animação, Gastronomia e vinhos, envolvendo uma grande quantidade de visitas divididas pelos seguintes percursos e/ ou visitas guiadas:

- Reserva Natural do Estuário do Tejo
- Centro Histórico de Santarém – Conheça Santarém as suas lendas e histórias
- Turismo Equestre
- Turismo activo
- Percursos Pedestres

- Passeios Fluviais
- Rota do Vinho do Ribatejo
Mas o maior evento da casa do Campino é a Feira Nacional Gastronomia, criado em 1980 e elevado a Património Nacional em 2001. O Zé das Papas criação de Rafael Bordalo Pinheiro, é o simbolo do Festival, que se realiza anualmente em Outubro/Novembro e reunindo representações da Gastronomia Portuguesa de todo o pais epaíses convidados.

Subdivisões administrativas


As freguesias de Santarém são as seguintes:
• Abitureiras
• Abrã
• Achete
• Alcanede
• Alcanhões
• Almoster
• Amiais de Baixo
• Arneiro das Milhariças
• Azóia de Baixo
• Azóia de Cima
• Casével
• Gançaria
• Marvila (Santarém)
• Moçarria
• Pernes
• Pombalinho
• Póvoa da Isenta
• Póvoa de Santarém
• Romeira
• Santa Iria da Ribeira de Santarém (Santarém)
• São Nicolau (Santarém)
• São Salvador (Santarém)
• São Vicente de Paul
• Tremês
• Vale de Figueira
• Vale de Santarém
• Vaqueiros
• Várzea

Centro histórico de Santarém

Centro histórico de Santarém
O centro Histórico de Santarém é a área mais antiga e característica da cidade. Engloba cerca de 1,5 Km2, abrangendo uma zona que vai desde os bairros ribeirinhos de Alfange e Ribeira ao planalto; de S. bento ao antigo hospital, do Jardim das Portas do Sol, passando pela zona do cemitério dos Capuchos, ao edifício do Seminário e Mercado Municipal.
Possui cerca de 25 edifícios classificados de várias épocas, engloba 4 freguesias representando uma população estimada em 7.500 habitantes.
O Centro Histórico de Santarém junta os atributos duma malha urbana de característica medieval com alguns edifícios de arquitectura civil e religiosa (principalmente de estilo gótico), testemunhos visíveis da grandeza e importância que a cidade possuiu ao longo da sua história, vestígios de épocas passadas ainda em grande parte por desvendar.
Recentemente, por influência de diversos vectores, como a cultura e o turismo, assistiu-se a um movimento de reconhecimento do importante património histórico da cidade.
O centro histórico de Santarém assim como outros, infelizmente, por causa das leis do arrendamento urbano, encontra-se abandonado e despovoado.
As baixas rendam praticadas e a perda de poder de compra por parte dos senhorios, fizeram com que a cidade perdesse muitos dos seus prédios classificados como património histórico.
Hoje a cidade velha necessita urgentemente de um grande investimento para que possa ressuscitar e cativar moradores e estudantes.
As casas existentes não oferecem condições de habitabilidade e os senhorios na sua maior parte, não tem condições financeiras para executar as obras necessárias, assim vai se perdendo os marcos da história de Santarém.

Lenda do Santo Milagre

Lenda do Santo Milagre
História do Santíssimo Milagre de Santarém
Corria o ano de 1247, segundo uns cronistas, ou o de 1266, segundo outros.

Em Santarém, hoje cidade e então vila de Portugal, vivia uma pobre mulher, a quem o marido muito ofendia, andando desencaminhado com outra.

Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa judia que, com os seus feitiços, desse fim à sua triste sorte.

Prometeu-lhe este remédio eficaz, para o que necessitava uma Hóstia Consagrada. Depois de naturais hesitações, consentiu no sacrilégio a pobre mulher; foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e pediu Comunhão. Recebida a Sagrada Partícula, com suma cautela a tirou da boca, embrulhando-a no véu. Saiu prestes, da Igreja, e encaminhou-se para a casa da feiticeira. Mas, então, sem que ela o notasse, do véu começou a escorrer Sangue, que, visto por várias pessoas, as levou a perguntar à infeliz que ferimento tinha, que tanto sangue jorrava. Confusa em extremo, corre logo para casa, e encerra a Hóstia Miraculosa numa das suas arcas.

Passou o dia, entretanto, e, à tarde, voltou o marido. Alta noite, acordam os dois, e vêem a casa toda resplandecente. Da arca saíam misteriosos raios de luz. Inteirado o homem do acto pecaminoso da mulher, de joelhos, passaram o resto da noite, em adoração. Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhado o sucesso, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o Milagre.

A Sagrada Partícula foi então levada, processionalmente, para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro duma espécie de custódia feita de cera.
Mas, passado tempo, ao abrir-se o sacrário para expor à adoração dos fiéis, como era costume, o Santo Milagre, encontrou-se a cera feita em pedaços, e, com espanto, se viu estar a Sagrada Partícula encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecido.

Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada onde ainda hoje se encontra Santo Estêvão é agora a Igreja do Santíssimo Milagre.

Zona Ribeirinha

Santa Iria da Ribeira de Santarém

A freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém tem uma área de 14,488 e fica situada no extremo oriental do concelho de Santarém, integrando o seu Centro Histórico. A freguesia deve o seu nome ao facto de estar situada junto ao Rio Tejo (Ribeira de Santarém), sendo que a evocação do nome Santa Iria impôs-se à medida que o nome antigo de "Scallabis" foi desaparecendo, ficando assim "Shantarim", Santa Iria da Ribeira de Santarém. A freguesia resulta da fusão dos seus principais bairros medievais, Seserigo, palhais e Bairro do Conde. A actual Santa Iria da Ribeira de Santarém é formada pelas antigas paróquias de Santiago, Santa Cruz e São Mateus.


Esta freguesia expandiu-se, entre os séculos XII e XIV, devido à importância comercial e artesanal que assumia na altura, importância esta derivada sobretudo da sua proximidade ao Rio Tejo, de que podia usufruir, quer em termos de actividades marítimas e fluviais, quer também por se situar junto a uma das principais vias terrestres direccionadas para o Norte do país. No século XVIII, continuava a ser uma vila importante, embora mais virada para as actividades manufactureiras e mercantis. O maior crescimento que Santa Iria da Ribeira de Santarém conheceu, ocorreu no século XIX, com o registo de grande crescimento da população da cidade, o que levou algumas pessoas a procurarem esta freguesia para residirem.

Com a chegada dos caminhos-de-ferro a Santarém, em 1861, a Ribeira acelera a perda da sua importância estratégica e económica, constituindo hoje um conjunto urbano de grande dignidade, coroado pela Praça Oliveira Marreca, espaço cuja reabilitação se impõe.Dando continuidade a este núcleo ribeirinho, a comunidade piscatória do Alfange (antigo Alfanxe) alarga a zona Ribeirinha, permitindo a ligação fluvial com as Caneiras, local apetecível pela excelente gastronomia tradicional e pela oportunidade de conhecer o que ainda subsiste das características habitações da antiga aldeia palafita, com as suas cores garridas e a articulação com o movimento das águas tejanas. Mais recentemente, tem-se vindo a assistir ao desenvolvimento do Projecto Al-Margem, cujo objectivo prioritário é devolver a Santarém um espaço de lazer, turismo e cultura, que reaproxime também a população do Planalto ao Rio, designadamente através da intervenção nos núcleos da Ribeira de Santarém e Alfange.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Breve História de Santarém



Com as invasões dos chamados povos «bárbaros», é conquistada pêlos Alanos e Vândalos, tomando o nome de Escálabis. Também os Suevos foram senhores de Santarém, a quem chamavam Calabicastro, designação que se mantém quando, no século VII, aqui se fixam os Visigodos. Após o martírio de Santa Iria, ou Irene, que terá ocorrido no segundo quartel do século VII, já então cristianizados os Visigodos, o local toma o nome de Sancta Irena ou Sancta Herena. Os Mouros tomaram o Castelo de Sancta Irena, em 715, e logo lhe mudaram o nome para Chantarin, ou Chantirein, ou ainda Xantarin. D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, conquistou Santarém aos mouros — pedra angular da nossa reconquista — no dia 15 de Março de 1147, cumprindo, desta forma, o objectivo prioritário de fixar a fronteira da reconquista na linha do Tejo.A fundação da cidade de Santarém reporta à mitologia greco-romana e cristã, reconhecendo-se nos nomes de Habis e de Irene, as suas origens míticas. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao século VIII a.C.. A população do povoado teria colaborado com os colonizadores romanos, quando estes aportaram à cidade em 138 a. C. e a designaram como Scallabis. Durante este período tornou-se no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia.Nos quatro séculos de ocupação islâmica que se -seguiram, a urbe viu renascer o seu papel estratégico-militar, mas, também, cultural e artístico, tendo aqui vivido alguns dos mais importantes poetas e trovadores do mundo árabe.O Rei Afonso VI de Leão concedeu-lhe o seu primeiro foral em 1095. Reconquistada, em 1147, por D. Afonso Henriques, este concedeu-lhe novo foral em 1179.Durante os séculos XIV e XV o ambiente palaciano que aqui se vivia emprestou-lhe uma notoriedade cultural relevante, nela se concentrando importantes trovadores e jograis, alguns naturais de Santarém. No Século XVI, encontram-se ou relacionam-se com Santarém grandes vultos da ciência náutica, das artes e das letras, como Pedro Álvares Cabral (Descobridor do Brasil), Luís de Camões (Poeta Lírico), Fernão Lopes Castanheda (Historiador dos Descobrimentos), e Martim Afonso de Melo (1º Europeu que chegou à China por mar).

O Terramoto de 1755 destruiu grande parte do património mais notável da Vila, em particular igrejas e conventos.
No contexto das Invasões Francesas e da Guerra Peninsular, mais uma vez, Santarém assumiu um papel estratégico-militar fundamental, mas viu grande parte do seu património mais significativo ser destruído e saqueado pelo vandalismo dos ocupantes.À semelhança de outras cidades amuralhadas, o Centro Histórico de Santarém é constituído por uma teia de ruas estreitas e sinuosas. Ruas que apresentam linhas e cores inesperadas, becos, arcos, calçadas e escadinhas que se adaptam ao ondulado do planalto e da encosta. Durante o Século XIX, Santarém voltou a estar ligada a alguns dos principais acontecimentos da História do nosso País. Para além de servir de palco das Guerras Penínsulares (quartel-general das III Invasões Francesas lideradas pelo General Massena), e sitiada pelo Duque de Wellington em 1810-11, (acontecimentos dos quais nos ficou uma narrativa de viagens do médico escocês e oficial do exército inglês, John Gordon Smith, extraordinário relato contemporâneo designado "Santarém or sketches of manners and costums in the interior of Portugal"), a urbe foi uma das cidades de primeira linha das lutas liberais. Sá da Bandeira (Estadista e Militar), Passos Manuel (Estadista e Militar), Braamcamp Freire (Político) são exemplos de liberais nascidos e ligados a Santarém.
Refira-se o papel de Santarém na opção democrática do Portugal actual, traduzido no forte apoio ao movimento libertador do 25 de Abril de 1974, liderado pelas tropas do Capitão Salgueiro Maia.
Pela sua projecção histórica, bem se pode dizer, com Almeida Garrett, que Santarém é "um livro de pedra em que a mais interessante e mais poética das nossas crónicas está escrita". É natural que a cidade de Santarém seja Património Mundial, pois poucos cidades podem-se gabar de ter tamanha riqueza cultural e um vasto património que ainda nos dias de hoje resiste ao tempo.

Percorrendo a cidade, pórticos e rosáceas, arcarias e frestas, elementos decorativos de traço ogival, janelas manuelinas, cunhais da renascença, escudetes afonsinos, torres e cúpulas, revelam-nos um núcleo urbano em que o civil e o religioso convivem e se entrelaçam. Os inúmeros e valiosos exemplares da arte gótica conferiram-lhe o epíteto de “Capital do Gótico”. Aqui, jamais o arqueólogo, historiador, artista ou simples passante, deixará de se sentir arrebatado.

Nesta "Acrópole Ribatejana", a Porta do Sol, com o seu jardim e miradouro, é ex-libris. Para Sul ficam o Tejo e os campos férteis da Lezíria, marcada por extensos vinhedos em traços de geometria aperfeiçoada, enquanto para Norte, já no Bairro, são os olivais que preenchem a paisagem. Olivais que bordam, na Azóia de Baixo, a casa bem preservada onde viveu o historiador e romancista Alexandre Herculano, aqui conhecido como "O Azeiteiro". Continuando a subir, até aos limites do concelho, depara-se-nos o manto florestal, prenúncio da paisagem carsa. É o domínio dos grandes maciços calcários do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, dos algares, das grutas e dos pequenos recantos que deslumbram quem por aqui se aventura.

Do Centro Histórico de Santarém até ao Tejo


O Centro Histórico


O Centro Histórico de Santarém é o maior núcleo antigo de Portugal, ocupando uma área de 1,42 Km2, o que corresponde à quase totalidade do tecido urbano consolidado.
As construções tiveram que obedecer os contornos altos e baixos do planalto por um assentamento dos vários núcleos nos locais onde a estabilidade geológica oferecia maior segurança.
A morfologia urbana de Santarém obedece a uma lógica de desenvolvimento urbano linear e orgânico que testemunha as diferentes ocupações que a cidade conheceu ao longo dos seus três milénios de história.

Do urbanismo romano, ficou o traçado perpendicular das duas artérias principais da cidade, para além da estrutura rectilínea das vias secundárias do Bairro do Pereiro, vestígio provável do cardus e do decumanus.
A influência urbana muçulmana está presente quer no subsolo, quer ainda no traçado sinuoso de algumas ruas e vielas, nos becos ou nos pátios interiores, espaços de "descompressão" urbana onde o público e o privado se relacionam sem fronteiras defenidas.
Os largos e as praças, são por sua vez um legado cristão, assumindo-se como lugares de acontecimento por excelência. Estes locais evocam as realidades vivenciais da cidade medieval e moderna, uma vez que aqui afluíam as pessoas, os bens e as crenças e aqui se efectuavam as reuniões políticas, económicas, sociais ou religiosas, quer locais quer nacionais.
A estrutura urbana de Santarém complementa-se pela variedade e qualidade da linguagem estética das fachadas, a originalidade de varandas, telhados, portas, janelas ou revestimentos cerâmicos ímpares no País.
Analizando a situação geográfica de Santarém conseguimos perceber a importância estratégica desta cidade, não só pelo facto de se situar num planalto mas também pelas inumeras vantagens do rio Tejo, entre elas a navegabilidade.
Antes das vias rodo e ferroviárias rasgarem os solos virgens do nosso País eram as vias fluviais (em especial as mais facilmente navegáveis) que se assumiam como veículos de comunicação por excelência, fundindo os dois estilos de vida que, desde sempre, caracterizaram a Nação: o do continente agrícola e o do litoral marítimo.
Nesta perspectiva, é facilmente compreensível a importância que o Tejo teve na história de Santarém.
A sua vasta extensão e fácil navegabilidade foram primordiais na fundação e desenvolvimento futuro da cidade, uma vez que a urbe se assumiu como o mais importante porto do Tejo médio com os Romanos, os Muçulmanos e os Cristãos. Em especial desde que, no século XVI, Lisboa se tornou capital do Reino e aumentou a sua preponderância económica, que as comunidades ribeirinhas de Santarém não mais deixaram de crescer, em franca comunhão com o Tejo e com os seus vastos recursos.
No passado os monarcas e o respectivo séquito elegiam o barco como meio de transporte privilegiado e o rio Tejo como via essencial. Santarém era, até ao séc. XVI, um dos destinos privilegiados das (frequentes) deslocações da Corte, o que vem realçar o papel político desta via fluvial. Além do que, sendo o Tejo o maior rio da Península Ibérica, várias vezes assumiu um papel de primeira nas relações políticas entre Portugal e Espanha, sobretudo durante o período Filipino (1580-1640), altura em que os dois Estados Ibéricos estiveram unidos.

O planalto e as zonas ribeirinhas

Planalto e as zonas Ribeirinhas

É a relação entre estas duas estruturas urbanísticas que confere o cunho de originalidade a esta cidade do Ribatejo português.
O planalto é o lugar de fixação de comunidades agro-pastoris, adquirindo cedo uma função estratégico-militar (função materializada depois com a constituição do oppidum romano ou da Alcáçova muçulmana), a zona baixa erigir-se-ia como área de interpenetração de povos mediterrânicos, orientais e atlânticos. De vocação piscatória, comercial e industrial por excelência, esta área está estreitamente ligada ao rio e posicionada geograficamente por forma a beneficiar da protecção da cidadela.

Seria nesta área ribeirinha que nasceriam dois núcleos urbanos, cuja fundação parece indissociável da mitologia greco-romana e cristã da cidade de Santarém e que outrora se ligavam à parte alta através de uma complexa rede viária e de um sistema gigantesco de fortificações: o Alfange e a Ribeira.

A tradição historiográfica tem relacionado a origem do bairro de Alfange com a opção de Abidis, descendente mitológico de Ulisses, de aqui fundar Scallabis, uma importante urbe do curso médio do Tejo e base de assentamento da realeza local, em função da semelhança geográfica com Roma (as sete colinas). O certo e que o peso histórico de Alfange parece ter sido considerável antes do séc. XIV, se atendermos às três paróquias que aí se implantaram e cuja ancestralidade é hoje comprovada. De um primitivo porto fluvial, Alfange transformar-se-ia numa importante comunidade piscatória, cujos recursos permitiram fundar a Igreja paroquial de São Pedro, "o Novo", ou dos Pescadores. No séc. XIV, porém, parece ter perdido a sua anterior fulgurância, caindo numa estagnação irreversível.

Na Ribeira, por seu lado, nascerá o nome de Santarém, em função de aí ter sido sepultada Santa Iria ou Irene (séc. VII-VIII), Virgem do martirológico cristão e cujo étimo serviria para substítuir a antiga designação de Scallabis. Bairro burguês e industrial, cresceu a partir do séc. XIV, quando o aumento do tráfego fluvial e terrestre fez dela uma peça fundamental na economia da cidade e um centro vital.

Bairros da Mouraria ce Judiaria

Bairros de Mouros e Judeus

Os bairros arrabaldinos da Judiaria e da Mouraria correspondem a espaços contidos no interior dos muros onde, entre o século XIV e 1497, se instalaram as populações tidas como minorias.
O bairro da Judiaria encontrava-se adjacente às muralhas do "Aipram" (Alporão), enquanto que o da Mouraria se localizava exteriormente à primitiva cerca do planalto, sendo só após a construção da cerca femandina que veio a ser inserido no interior do recinto amuralhado.
A freguesia de S. Martinho, toponímia marcada pelo largo do mesmo nome, incluía a residência de mercadores do Aipram (palavra árabe que significa terreno elevado), zona artesanal de tendas e de intensa actividade comercial, integrando nas suas imediações o bairro da Judiaria, de acesso possível pela ainda hoje existente Travessa da Judiaria.
As ruas e becos de traçado irregular, construções reflectindo a cultura e a religião das populações então marginalizadas, privilegiavam o interior e estão agora geralmente ocupados por habitantes de parcas posses, num rico tecido urbano infelizmente marcado pelo abandono e pela falta de reabilitação construtiva e social.
Não obstante, trata-se de um património cultural que é digno de visita, valorizando-se fachadas, cantarias, telhados de "tesouro" ou "tesoura", a toponímia sugestiva de antigas actividades e utilizações: localizadas na actual freguesia do Salvador, a Travessa da Mouraria, o Beco dos Agulheiros ou a Travessa dos Surradores, onde se destaca a residência (n°. 9) conhecida como Casa dos Mascarões, em cujo primeiro piso estão representadas caras de animais fantásticos, em jeito de mísulas. Os muros caiados de branco deixam adivinhar a primazia concedida aos pátios interiores, lembrança urbana da antiga ocupação árabe, reforçada ainda pela presença de algumas pequenas hortas e pomares.
Da Mouraria, diz Angela Beirante: "À retaguarda da Câmara, ficava a chamada travessa por Detrás dos Açougues (correspondente à Rua 15 de Março), ladeada de pardieiros e lagares. Entre os proprietários de lagares contava-se o Convento de Alcobaça e um rico mercador (...). Marvila tinha aí alguns pardieiros e nessa travessa vivia um tabelião, um latoeiro e um ourives.
Aporta de Atamarma integrava um complexo de artérias e a sua comunicação com a Praça fazia-se pelo menos por duas ruas (...) A rua das Tendeiras que saía da Praça do Pelourinho é identificada (...) com a rua das Frigideiras, nome que ainda se mantém.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Simbolos da cidade

Vale a pena ver:

O Jardim das Portas do Sol, construído no local de um antigo castelo mourisco e com os seus jardins rodeados pelas velhas muralhas medievais da cidade, a vista sobre o rio Tejo e sobre a vasta lezíria poderia muito bem constituir um emblema desta agradável capital distrital do Ribatejo.Outro símbolo da cidade são os campinos, com as suas roupas típicas e coloridas que se reunem aqui na FNA (feira nacional da Agricultura) em Santarém no CNEMA em especial, durante a temporada das touradas ou em Junho, quando Santarém recebe a maior feira agrícola do país.Neste mesmo terreno da conhecida feira existem restaurantes durante onde, algumas das especialidades gastronómicas do Ribatejo, região famosa pela criação de touros e cavalos.A cidade tem razão para se orgulhar do seu passado: um importante centro durante a ocupação dos romanos, foi eleita como praça-forte pelos mouros e, mais tarde, foi escolhida pelos reis de Portugal para muitas reuniões das Cortes.Na parte velha da cidade (Centro Histórico) pode visitar-se a Igreja do Seminário, de estilo barroco e construída em 1640, com um tecto de madeira pintado e decorações de mármore e ouro; ou a Igreja da Graça, do século XIV e com uma maravilhosa janela esculpida de uma única peça, que contém a pedra tumular de Pedro Álvares Cabral, o navegador que descobriu o Brasil.
O Museu Arqueológico São João de Alporão, é bastante interessante, com muitas peças dos períodos romano e mourisco e com o túmulo, elaboradamente esculpido, de Duarte de Meneses, um heróico governador de Portugal em Marrocos, que se diz conter o que pôde ser salvo após a sua morte violenta às mãos dos árabes: um único dente.

Também vale a pena visitar:
Estação de Caminhos de Ferro, com os seus painéis de azulejo policromos incidentes sobre temática local e regional, e a secção museológica da C.P., integrando um notável espólio para a compreensão da história dos caminhos-de-ferro em Portugal.